Em 2004, o fixo Neto saía do Mundial de Taiwan
como grande vilão, ao perder a última cobrança na decisão por pênaltis contra a
Espanha. Oito anos depois, o jogador do Joinville virou a página com uma
atuação brilhante e decisiva na grande final da mesma competição, marcando o gol
do título a 19 segundos para o fim da prorrogação. Jogando contra a mesma
equipe espanhola, o defensor balançou a rede duas vezes na vitória do Brasil
por 3 a 2, neste domingo, no ginásio Huamark, em Bangcoc - Falcão
completou o placar, com Torras e Aicardo fazendo os gols dos europeus. Pela
sétima vez na história, o Brasil é campeão mundial de futsal, embora a Fifa só
reconheça cinco destes títulos.
Dona de duas Copas do Mundo (2000 e 2004), a
Espanha amargou o quarto vice-campeonato para o Brasil, em cinco decisões
contra os arquirrivais. Além de 2012, o país ibérico foi derrotado pelo Brasil
nas decisões de 1985 (competição organizada pela extinta Fifusa), 1996 e 2008.
O jogo começou truncado, com as duas equipes
marcando muito. Aos dois minutos, Fernandinho arriscou da esquerda da quadra de
ataque e mandou por cima. A resposta da Espanha veio em grande estilo. Em
tabela rápida, Lozano recebeu livre e tocou para o gol. Vinicius tirou em cima
da linha, salvando o Brasil.
A cinco minutos do fim, o Brasil finalmente
conseguiu assustar a defesa adversária. Em saída rápida para o ataque, Vinicius
rolou bola limpa para Ari, que acabou travado por Kike no momento da conclusão.
Aos 18, Jé dominou na intermediária e Rafael Rato chegou chutando com força,
assustando o goleiro espanhol Juanjo. A um minuto do fim, a Espanha perdeu
outra grande chance, a última da etapa. Após cobrança de falta de Miguelin,
Fernandão desviou de letra e a bola foi para fora, triscando o poste esquerdo
de Tiago.
O Brasil voltou para o segundo tempo com Falcão
em quadra. Logo na primeira jogada, o camisa 12 tentou surpreender Juanjo,
arriscando da intermediária e quase acertando a meta. Aos três, o craque
tabelou com Fernandinho e bateu para fora, à direita do gol, mostrando que o
panorama da partida havia mudado. A seleção sentiu o bom momento e continuou
atacando. Aos quatro, Rato girou para cima de um marcador e chutou rasteiro.
Juanjo tirou com o pé.
De tanto insistir, o Brasil conseguiu abrir o
placar aos cinco. Após cobrança de escanteio de Rato, Neto pegou de primeira,
acertando o canto esquerdo de Juanjo: 1 a 0. Em desvantagem, a Espanha passou a
sair mais para o jogo e, aos seis, Ortiz recebeu na frente, mas parou em Tiago,
que conseguiu fechar o ângulo. Inspirado, Neto seguiu desequilibrando. Aos
sete, ele arrancou pela direita e soltou uma bomba, para uma difícil defesa de
Juanjo.
Um minuto depois, foi a vez de Simi assustar a
defesa espanhola. Após apertar a marcação do rival, o camisa 8 brasileiro
encheu o pé e a bola passou rente ao poste direito. Como não fez o segundo, o
Brasil acabou castigado aos 10. Em cobrança de falta frontal, Tiago deu rebote
e Torras apareceu para conferir, igualando em 1 a 1. Um minuto depois, a
Espanha viraria a partida. Em lance semelhante ao gol de Neto, Aicardo emendou
cobrança de escanteio e Tiago não conseguiu segurar.
O Brasil não desistiu e, aos 13, Falcão chutou
forte da lateral esquerda, para uma difícil intervenção de Juanjo. Aproveitando
o desespero brasileiro, a Espanha teve a chance para liquidar aos 16, quando
Torras carimbou o travessão, em cobrança de falta ensaiada. O gol perdido
custaria caro ao time europeu. Jogando com Rodrigo como goleiro-linha, a
seleção brasileiro foi para o tudo ou nada nos minutos finais e, logo na
primeira jogada após a mudança, Falcão bateu de esquerda, da intermediária,
empatando novamente a partida: 2 a 2. O gol fez o jogo ficar aberto nos minutos
finais e, aos 19, Jé deixou Rato de frente para a meta, mas a finalização foi
em cima de Juanjo, na última oportunidade do tempo normal.
A partida seguiu lá e cá na prorrogação e, aos
dois minutos, Lin tentou um chute frontal e Vinicius tirou com o peito. Na
jogada seguinte, Tiago lançou Falcão no ataque, ele dominou no peito, mas
acabou adiantando muito, facilitando a defesa de Juanjo. A 45 segundos do fim
do primeiro tempo, Miguelin limpou para o meio e soltou uma bomba. Tiago voou
para salvar o Brasil. Antes do intervalo, Neto ainda assustou a defesa
espanhola, finalizando rente à trave, na última oportunidade do período.
No segundo tempo, a primeira grande chance surgiu
aos três minutos, quando Fernandinho dividiu com a defesa espanhola e a bola
sobrou limpa para Neto, que mandou por cima. A pouco mais de um minuto do fim,
a Espanha cometeu a sexta falta. Tiro livre direto para o Brasil. Na cobrança,
Juanjo defendeu o chute de Rodrigo. A 19 segundos do fim, veio o momento que
todos esperavam. Em jogada individual, Neto avançou pela lateral e soltou uma
bomba certeira: 3 a 2. Jogando com Kike como goleiro-linha, a Espanha foi para
o tudo ou nada nos segundos finais, mas não dava mais. O título era mesmo
brasileiro, situação confirmada com a defesa de Tiago no último segundo.
Brasil: Tiago, Neto, Gabriel, Simi e Fernandinho. Entraram: Ari, Rafael Rato, Vinicius, Jé, Falcão, Wilde e Rodrigo. Técnico: Marcos Sorato.
Opinião
do blog: A Espanha era a favorita ao título do mundial de futsal de
2012, mas o talento dos jogadores do Brasil superaram o bom momento da Espanha
e o Brasil é HEPTA CAMPEÃO.
FONTE: sportv.globo.com
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