quarta-feira, 13 de julho de 2016

PRESIDENTE DO PALMEIRA/RN CONFIRMA PROCURA PARA FRAUDAR JOGO NO ESTADUAL

RN - Cláudio José Freire Cal presidente Palmeira-RN (Foto: Reprodução/Inter TV Cabugi)O presidente do Palmeira-RN, Cláudio José Freire, o Cal, disse em entrevista nesta segunda-feira que foi procurado por um homem, por intermédio do ex-treinador do clube Marcos Ferrari, para propor um acordo para manipular o resultado da partida contra o América-RN. Ferrari está preso preventivamente por ser considerado integrante da quadrilha que atua em vários estados do país para para fraudar jogos de futebol. O jogo foi realizado no dia 26 de março, válido pela quarta rodada do segundo turno do Campeonato Potiguar. O Mecão venceu por 7 a 0 no Estádio Barretão, em Ceará-Mirim, e decretou a demissão de Ferrari do comando do Palmeira-RN
- Isso foi na semana do jogo contra o América-RN. Terminou um treino, a gente desceu e ele (Marcos Ferrari) me disse: 'Presidente, tem uma pessoa ligando para mim'. Eu disse: 'Mas, a refém de quem?'. Ele me disse e pedi que me passasse o telefone para que ligassem para mim. Ele (Marcos Ferrari) me disse que era querendo negociar resultados. Eu disse para ele que isso não se tratava. A outra pessoa automaticamente me ligou e eu disse que aqui era um clube simples, mas que a gente procurava tratar a coisa com seriedade, com dignidade e, acima de tudo, com honradez - revelou Cal, que negou qualquer participação do clube de Goianinha no esquema de manipulação de resultados.
No entanto, essa partida ainda não é alvo do Ministério Público de São Paulo, que conduz os trabalhos da operação "Gamer Over", que investiga a ação de quadrilhas que atuavam principalmente nas segunda e terceira divisões de São Paulo, além de torneios das regiões Norte e Nordeste. O jogo que estaria sob suspeita é a derrota do Palmeira por 5 a 1 para o Globo FC, pela última rodada do Campeonato Potiguar deste ano, no dia 13 de abril.
"Sou inocente"
RN - Marcos Ferrari ex-treinador Palmeira-RN (Foto: Reprodução)
Apontado pela Polícia Civil de São Paulo como um dos integrantes do esquema para manipular jogos de futebol no país, o ex-técnico do Palmeira-RN, Marcos Ferrari, se apresentou na última sexta-feira na Diretoria de Polícia da Grande Natal (DPGran) e foi encaminhado para o Centro de Detenção Provisória de São Paulo do Potengi, na região Agreste potiguar. Acompanhado pelo advogado Artur Roque, ele conversou com o GloboEsporte.com antes de seguir para a delegacia e negou participação na fraude. O jogo que estaria sob suspeita é a derrota do Palmeira por 5 a 1 para o Globo FC, pela última rodada do Campeonato Potiguar deste ano, no dia 13 de abril. Ele é acusado de aliciar os jogadores do Verdão, os quais chamada de "meus meninos". Marcos vai cumprir a prisão temporária de cinco dias, segundo o advogado dele, em Natal.
- Não posso falar nada por enquanto. Deixei meu advogado ir atrás dessa acusação porque eu não sei de nada. Isso que eu posso dizer. Até agora, estou sabendo através de reportagens e dos amigos que viram as reportagens. Eu alego que não tenho nada a ver com isso. Nem conheço essas pessoas - falou.
Marcos Danilo Ferrari tem 42 anos, é natural de Diadema, no interior paulista, e chegou ao Rio Grande do Norte no início deste ano para comandar a equipe profissional do Palmeira-RN, clube da cidade de Goianinha, que fica cerca de 60 km de Natal. Por meio de uma parceria com um grupo de empresários, o treinador indicou alguns atletas para compor o elenco alviverde, que fez a pior campanha do Campeonato Potiguar, com 13 derrotas e apenas uma vitória, e acabou rebaixado para a segunda divisão estadual. Sob o seu comando, o Verdão do Agreste perdeu 10 jogos e venceu apenas um, por 2 a 1 sobre o Globo FC, na última rodada do primeiro turno.


No currículo, Ferrari trabalhou como auxiliar técnico do MS Saad, clube de São Caetano do Sul, em 2012. Dois anos depois, atuou como auxiliar técnico no Nacional-PR. Em 2015, foi contratado pelo Cambé para comandar a equipe na terceira divisão do Campeonato Paranaense.

Operação "Game Over"
A quadrilha atuava principalmente nas segunda e terceira divisões de São Paulo, além de torneios do Nordeste. A delegada Kelly de Andrade, encarregada da investigação, disse que as prisões fazem parte de uma fase inicial da investigação e admitiu que o esquema pode ser ainda maior. A investigação começou após alerta de uma empresa especializada no monitoramento de possíveis fraudes esportivas contratadas pela Fifa. A companhia identificou suspeitas em um jogo do Paulista sub-20 em que o Atlético Sorocaba foi derrotado pelo Santo André por 9 a 0.
Manipulação de Resultados Game Over (Foto: Martin Fernandez)
O Ministério Público de São Paulo deve apresentar denúncia contra os acusados de manipulação de resultados por formação de quadrilha e fraude esportiva. As penas podem chegar a 10 anos de prisão. Por meio de interceptações telefônicas, os investigadores conseguiram identificar os acusados e concluíram que se tratava de uma organização internacional: Os apostadores são asiáticos, da Malásia, da China e da Indonésia, e utilizam intermediários no Brasil para aliciar jogadores e técnicos.
Fraudes financiadas por máfias
Segundo levantamento do GloboEsporte.como mercado de apostas foi capaz de movimentar valores que atingiram 1,3 trilhão de euros (R$ 4,8 trilhões) somente em 2015. Entre 2009 e junho de 2016, foram detectados por empresas especializadas 2.532 casos suspeitos no planeta. Somente em 2015 foram 524 casos. De acordo com um organograma obtido junto a uma dessas companhias voltadas para fiscalização de fraudes no mercado de apostas, o esquema é muito maior do que se supõe e tem como financiadores pesos-pesados do crime organizado como a máfia italiana e as tríades chinesas. Pela internet, usuários de países onde as apostas são proibidas conseguem acessar sites especializados onde a lei é favorável à prática. 
FONTE: globoesporte.com/rn


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