
A excursão internacional do ABC em 1973 visitou três continentes e nove países, e, por onde passou, levou não só o nome do Alvinegro como o do Brasil. E por serem brasileiros, eram sempre muito bem recebidos onde quer que fossem. Ao se comunicarem com a delegação abecedista, as palavras samba, café e Pelé eram as mais pronunciadas pelos gringos quando eles tomavam conhecimento de onde aquele time com apenas três letras vinha. Inclusive, mais de uma vez, os jogadores do ABC foram questionados sobre a presença de Pelé na delegação.

- Por onde nós chegávamos, quando o pessoal descobria que nós éramos brasileiros, eles perguntavam se Pelé era do nosso time, e aí nós dizíamos, brincando, que ele estava machucado - revelou Edson.
Depois da gloriosa maratona que durou 102 dias, o ABC finalmente voltava para casa. No voo da volta, com direito a muito uísque, os jogadores festejaram e comemoraram por finalmente voltar para casa e matar as saudades dos familiares. No dia 5 de dezembro de 1973, a delegação alvinegra desembarcava no Aeroporto Tom Jobim, no Rio de Janeiro. Mas nem tudo eram rosas. Apesar de felizes por estarem de volta ao Brasil, os jogadores ficaram muito tempo presos na alfândega do aeroporto e ainda receberam a notícia de que não voltariam no mesmo dia para Natal. Pior: teriam que ir para Recife, e de lá pegar um ônibus para Natal.


Eu acredito que uma manifestação daquela vai ser difícil acontecer novamente no estado. O povo já estava aglomerado desde Parnamirim até a sede do ABC. Foi uma coisa fantástica, que eu nunca vou esquecer. Eu senti mais emoção ao chegar aqui da excursão do que quando ganhei o tetracampeonato, porque no tetra, quando nós ganhamos, sabíamos que haveria uma festa grande, mas nós não esperávamos que na nossa chegada haveria uma movimentação tão grande como foi. Foi uma surpresa para nós - revelou.

FONTE: globoesporte.com/rn