terça-feira, 23 de junho de 2015

PELÉ " MACHUCADO" E FARRA NO VOO DE VOLTA: ABC TEM RECEPÇÃO GLORIOSA

header ABC 1 - centenário (Foto: Thiago Assis)

excursão internacional do ABC em 1973 visitou três continentes e nove países, e, por onde passou, levou não só o nome do Alvinegro como o do Brasil. E por serem brasileiros, eram sempre muito bem recebidos onde quer que fossem. Ao se comunicarem com a delegação abecedista, as palavras samba, café e Pelé eram as mais pronunciadas pelos gringos quando eles tomavam conhecimento de onde aquele time com apenas três letras vinha. Inclusive, mais de uma vez, os jogadores do ABC foram questionados sobre a presença de Pelé na delegação. 
Excursão do ABC - mapa (Foto: Thiago Assis/Editoria de Arte)Equipe do ABC passou por nove países ao longo da excursão   (Foto: Thiago Assis/Editoria de Arte)
- Por onde nós chegávamos, quando o pessoal descobria que nós éramos brasileiros, eles perguntavam se Pelé era do nosso time, e aí nós dizíamos, brincando, que ele estava machucado - revelou Edson. 
Depois da gloriosa maratona que durou 102 dias, o ABC finalmente voltava para casa. No voo da volta, com direito a muito uísque, os jogadores festejaram e comemoraram por finalmente voltar para casa e matar as saudades dos familiares. No dia 5 de dezembro de 1973, a delegação alvinegra desembarcava no Aeroporto Tom Jobim, no Rio de Janeiro. Mas nem tudo eram rosas. Apesar de felizes por estarem de volta ao Brasil, os jogadores ficaram muito tempo presos na alfândega do aeroporto e ainda receberam a notícia de que não voltariam no mesmo dia para Natal. Pior: teriam que ir para Recife, e de lá pegar um ônibus para Natal.
Jornal ABC, Pelé e Alberi (Foto: João Telino/ Acervo Pessoal)Houve muita comemoração no voo da volta, afinal estávamos voltando ao Brasil. Chegamos ao Rio de Janeiro e não viemos direto a Natal, e muita gente ficou revoltada com isso. A gente foi para Recife e ficou lá, porque o governador da época, Cortez Pereira, que era abecedista, havia declarado feriado no estado naquele dia. E como nós chegaríamos no voo da madrugada, aí ficaria tarde para sermos recepcionados. Até que no dia combinado viemos de Recife de ônibus. Quando chegamos ao Estado, já havia muita gente na estrada esperando a nossa chegada. Já em Natal trocamos o ônibus pela caminhão do Corpo de Bombeiros. Era uma festa linda, a atual Avenida Salgado Filho parecia um corredor de gente. O percurso até a antiga sede do ABC durou algo em torno de quatro horas. Foi uma festa linda, com um sentimento gratificante pelo esforço que nós fizemos, mas no final valeu a pena - declarou.
Jogadores do ABC no retorno da equipe à Natal (Foto: João Telino/ Acervo Pessoal)Telino também mantém as imagens da chegada da delegação a Natal bem vivas na memória. Falando como quem acabara de viver tal momento, o ex-zagueiro alvinegro afirma que não espera mais ver uma cena como aquela na cidade e compara a emoção sentida na "carreata" do ABC com a de um título conquistado dentro de campo.
Eu acredito que uma manifestação daquela vai ser difícil acontecer novamente no estado. O povo já estava aglomerado desde Parnamirim até a sede do ABC. Foi uma coisa fantástica, que eu nunca vou esquecer. Eu senti mais emoção ao chegar aqui da excursão do que quando ganhei o tetracampeonato, porque no tetra, quando nós ganhamos, sabíamos que haveria uma festa grande, mas nós não esperávamos que na nossa chegada haveria uma movimentação tão grande como foi. Foi uma surpresa para nós - revelou.
Reencontro de Edson, Telino e Celso Martinelli (Foto: João Telino/ Acervo Pessoal)De fato a recepção que a delegação alvinegra teve no dia 6 de dezembro, na volta para Natal, foi marcante, digna de heróis nacionais e chegando a ser comparada aos grandes comícios políticos e festas religiosas da época, que arrastavam multidões. Também é verdade que no ano seguinte o ABC somente disputou o Campeonato Potiguar, vendo o rival América-RN conquistar o título, e seguiu cumprindo sua suspensão, mas a excursão internacional feita pelo ABC em 1973, principalmente pelo momento triste que passava o clube, marcou para sempre a história do clube e do futebol potiguar. 
FONTE: globoesporte.com/rn

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