quinta-feira, 11 de agosto de 2016

CERIMÔNIA DE ABERTURA DAS OLIMPÍADAS EMOCIONA COM A HISTÓRIA DOS POVOS BRASILEIROS

— Contando a história da formação do povo brasileiro, a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos do Rio-2016 emocionou o público no Maracanã, que participou cantando, acendendo os celulares e aplaudindo em vários momentos o espetáculo criado por Andrucha Waddington, Daniela Thomas e Fernando Meirelles.
"Estamos aqui para celebrar nossas semelhanças e principalmente celebrar nossas diferenças", disse a atriz e apresentadora Regina Casé, no meio da cerimônia, antes de apresentar Jorge Ben Jor.
Os gritos de "Fora Temer" que se ensaiavam antes do início foram evitados durante a cerimônia com a decisão e não anunciar o nome do presidente em exercício Michel Temer junto ao do presidente do Comitê Olímpico Internacional Thomas Bach, numa quebra de protocolo.

A festa começou com os telões mostrando cenas de pessoas praticando esportes em várias partes da cidade do Rio de Janeiro, ao som de "Aquele abraço", de Gilberto Gil, cantada por Luiz Melodia. Logo depois, Paulinho da Viola cantou o hino nacional, em interpretação elegante, ao lado de um octeto de cordas, enquanto a bandeira era hasteada.

A cerimônia contou então a história da formação do Brasil, desde a chegada das primeiras criaturas e o surgimento das florestas, para então mostrar a chegada dos primeiros indígenas, interpretados por dançarimos do festival de Parintins.


Juntando fios de elásticos iluminados, os dançarinos formaram três ocas. Com acrobacias e muita dança, a cerimônia mostrou então a chegada dos portugueses em suas caravelas e dos negros africanos. Os pés de alguns deles presos e traves de madeira nas costas de outros representavam a mancha da escravidão na história do Brasil.

Conforme os povos chegavam, a terra virgem ia sendo modificada. Bailarinos representaram também a chegada dos árabes e dos japoneses, no fim do século XIX e início do século XX.
Surgiram então as cidades, em projeções 3D no chão de edifícios pelos quais os bailarinos iam saltando. Ao som de uma versão instrumental de "Construção", de Chico Buarque", as cidades iam se transformando para em dado momento uma réplica do 14-Bis levantar vôo do Maracanã para sobrevoar a cidade do Rio de Janeiro, mostrando alguns de seus principais pontos turísticos.
Um dos momentos mais aplaudidos foi o desfile de Gisele Bündchen, ao som de "Garota de Ipanema", de Tom Jobim, cantada pelo filho do compositor, Paulo Jobim. A partir daí, a música brasileira ganhou o centro das atenções. Da bossa nova, passamos ao samba e funk, com apresentações de Elza Soares ("Canto de Ossanha"), Marcelo D2 e Paulinho da Viola (um medley de "Deixa a vida me levar"). Em meio a uma apresentação de capoeira, MC Sofia e Karol Konká representaram a afirmação da força feminina na sociedade brasileira.
As festas populares do Brasil foram representadas com um grande balé de bate-bolas e maracatus. Apresentado por Regina Casé, Jorge Ben entrou no palco para cantar, junto com o público, o hino "País Tropical". Ao final da canção, os bailarinos inovaram e subiram por entre o público, nas arquibancadas, ainda cantando o famoso refrão.
A cerimônia fechou com uma mensagem ecológica. Um longo vídeo falava sobre os perigos do aquecimento global, com um termômetro mostrando o aumento da temperatura no planeta pela ação do homem, o derretimento das calotas polares nos últimos anos e o perigo do aumento do nível do mar, que ameaça cidades como Amsterdã, Dubai, Miami, Xangai, Lagos e Rio de Janeiro.


Enquanto um menino encontrava uma planta solitária em meio a desolação, o poema "A flor e a náusea', de Carlos Drumond de Andrade, foi recitado pelas atrizes Fernanda Montenegro (em português) e Judi Dench (em inglês).

 O desfile das delegações começou pela Grécia, país de origem dos Jogos Olímpicos. Em mais uma inovação, a placa com o nomes dos países é levada por um ciclista, com a bicicleta enfeitada por plantas. Além disso, ao terminar o desfile de cada delegação, os atletas colocam uma semente num vaso. As sementes serão depois plantadas num parque em Deodoro. O Brasil foi o último a entrar na festa, logo depois do time de refugiados — ambos muito aplaudidos.

Após o desfile das delegações e dos discursos oficiais dos presidentes do COI (Tomas Bach) e do COB (Carlos Arthur Nuzmann), além do anúncio da abertura oficial pelo presidente em exercício do Brasil, Michel Temer, que foi vaiado por parte do público, a música voltou.
Wilson Das Neves reverenciou alguns dos grandes nomes do samba, antes de Caetano Veloso, Gilberto Gl e Anitta subirem ao palco para cantar, numa festa que acabou se transformando em carnaval com a participação das baterias de 12 escolas de samba do Rio.   

FONTE: oglobo.globo.com

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