As
campanhas de ABC e América-RN na Série B do Campeonato Brasileiro deste
ano foram para
deixar qualquer torcedor angustiado. As duas equipes brigaram até os
“45 minutos do segundo tempo” para assegurarem a permanência na
competição do próximo ano. O risco de rebaixamento só foi eliminado na
penúltima rodada. No Mais Querido, a recuperação foi atribuída ao
trabalho motivacional do técnico Roberto
Fernandes, contratado com a missão de livrar a equipe da degola e que
trouxe consigo uma extensa lista de reforços. Já o Mecão teve uma
campanha irregular, com altos e baixos, e após o insucesso de Argel
Fucks e Pintado, foi buscar nas suas bases um comandante para
assegurar o time na Segundona.
Na tabela
final de classificação, o América terminou na 13ª colocação,
com 47 pontos, ficando à frente do rival, ABC, que atingiu 46.
Segundo o presidente alvirrubro, Alex Padang, a aposta em
Leandro Sena, que comandava o time sub-20, e
os resultados obtidos na reta final foram “um saldo muito bom para
o clube permanecer na Série B”.
- Quando
Leandro Sena assumiu, engrenamos de uma forma muito boa. Ele
conseguiu ajeitar o time de uma maneira mais rápida e em tempo de
livrar a equipe do rebaixamento. Já Argel e Pintado são excelentes
treinadores, mas não encaixaram junto ao grupo. Argel estava na Série
A com o Criciúma. Pintado, por sua vez, vai trabalhar na divisão especial do
campeonato mais caro do futebol nacional no próximo ano, o
Paulistão. Não temos nada a reclamar dos dois treinadores, mas
lamentar que o trabalho não tenha sido de uma forma tão positiva - disse Alex Padang ao GLOBOESPORTE.COM.
Do outro
lado, após passar boa parte da temporada na lanterna da competição - foram 22 rodadas -,
o ABC reagiu a tempo e conseguiu se manter na Série B do
Brasileirão. Um alívio para os torcedores e também para a saúde
financeira do clube, que garante alguns milhões de reais em 2014
pela permanência. Para o presidente do alvinegro, Rubens Guilherme,
grande parte desse mérito se deve à contratação do técnico
Roberto Fernandes.
- O
perfil dos treinadores que escolhemos no início do ano não era
adequado ao momento do ABC. Decidimos fazer uma mudança mais
drástica no comando e contratamos um treinador que participou mais,
que foi mais cobrador, mais motivador. Após a contratação de
Roberto Fernandes, o ABC mudou o rumo. Mantivemos a autoestima do nosso torcedor lá em cima. Enquanto todo
mundo dava como perdida a situação do ABC, nós ressurgimos e tivemos o
resultado. No entanto, não foi só o Roberto, mas sim, toda a comissão técnica, e os
jogadores que aceitaram o trabalho dele - explicou Rubens Guilherme.
De olho
nas finanças
No início
da Série B, o América foi impedido pela CBF de utilizar o Nazarenão, em
Goianinha, já que estádio não comportava 10 mil espectadores, um dos
critérios do Estatuto do Torcedor. Com isso, o
clube assinou uma parceria com o empresário potiguar Marconi
Barretto para jogar no Barretão, em Ceará-Mirim, que teve obras
concluídas em maio, já com a capacidade adequada. Com a
mudança de local para mandar seus jogos, o clube acabou sendo
prejudicado pelo “fogo amigo”. Para Padang, devido à rapidez na
construção do Barretão, alguns pontos da obra foram alvos
de críticas por parte dos próprios torcedores americanos, como as
arquibancadas, e dos próprios clubes adversários, já que o gramado não
favorecia uma bom futebol.
Para
nós, que jogamos dois anos e meio fora de Natal, e se mantendo num
bom ritmo de jogos e campanhas, foi um saldo muito bom para o clube
permanecer na Série B. Este ano, conseguimos um empresário (Marconi
Barreto, presidente do Globo FC) que topou construir um estádio para
10 mil lugares (em Ceará-Mirim), mas por conta da pressa e de
problemas técnicos, tivemos alguns prejuízos. Logo após, por conta
da reclamação das outras equipes da Série B, principalmente por
parte do gramado, voltamos para Goianinha e reencontramos as vitórias - explicou.
Com os
gastos excessivos e o pouco público nos estádios, as contas
alvirrubras foram para o “vermelho”. Segundo Padang, alguns
clubes precisam de um reajuste quanto ao pagamento dos direitos de
transmissões dos jogos, já que os valores de patrocínio acabam
sendo comprometidos com premiações “extras” aos jogadores.
- Nos
últimos anos, tivemos três participações na Série A, dois anos
na C e o restante na Série B. Tivemos altos e baixos nas receitas,
muito mais devido aos gastos por jogar fora de Natal. Além disso,
as cotas de patrocínio que são repassadas aos clubes precisam de um reajuste. Atualmente, por direitos de transmissão,
são repassados R$ 3 milhões para o América, assim como as outras
equipes, menos para Palmeiras e Sport (que subiram para a Série A) - contou.
A má
campanha do ABC nesta Série B também poderia comprometer o
planejamento para o próximo ano. De acordo com o departamento de
marketing do ABC, o clube teria uma série de prejuízos financeiros
caso tivesse caído para a Série C do Brasileirão. Somente de cotas
de transmissão dos jogos para televisão, cerca de R$ 3 milhões
seriam perdidos. Sem falar na Timemania, que renderia menos apostas
com o time jogando na Terceira Divisão.
Além
disso, poderia haver diminuição no valor dos contratos com os
atuais patrocinadores e a queda também anularia a possibilidade de
patrocínios futuros, como o da Caixa, que não investe em equipes da
Série C. Atualmente, o ABC negocia um patrocínio da empresa para o
próximo ano. No que
diz respeito ao programa de Sócio Torcedor, o alvinegro tem hoje
cerca de 3.500 sócios - sendo 2.500 adimplentes. O objetivo é
alcançar um número próximo de 5.000 ainda este ano. E caso o ABC
não tivesse se garantido na Série B, esse crescimento se tornaria
inviável, confessa Stênio Dantas, superintendente de marketing do
ABC.
- Se o
ABC caísse, com certeza o torcedor ficaria desestimulado com o clube
e muitos não iam renovar o seu sócio torcedor. Imagine se haveria
novas aquisições... Perderíamos muitos sócios. Agora que ficamos
na Série B, contamos com a empolgação do torcedor para nos ajudar
a formar o time para 2014 - concluiu.
FONTE: globoesporte.com/rn
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