quinta-feira, 30 de julho de 2015

ASSUSTADO APÓS TER O CARRO DEPREDADO, KAYKE AFIRMA QUE PODE DEIXAR O ABC

Carro de Kayke (Foto: Divulgação)
O atacante Kayke mostrou-se indignado com a invasão ao centro de treinamento do ABC e o quebra-quebra contra o seu carro, que estava estacionado na parte interna do clube, logo após o jogo contra o Ceará, na noite de terça-feira. A derrota por 1 a 0 provocou a revolta e alguns integrantes da torcida organizada Garra Alvinegra invadiram a sede e depredaram alguns veículos, entre eles, o do artilheiro alvinegro. Outros carros, como o do diretor de futebol Marcelo Abdon e o goleiro reserva Gilvan também foram alvo da ira da torcida.
Em entrevista ao GloboEsporte.com, Kayke disse que a situação não está confortável para o elenco, que sofre pressão por parte das arquibancadas por não conseguir vencer em casa na competição - já são oito partidas, sendo quatro empates e quatro derrotas. O jogador mostrou-se preocupado com a falta de segurança no clube e afirmou que pode deixar o Alvinegro para preservar o seu bem estar, já que sua mulher está grávida.
- A minha permanência fica complicada no ABC, porque eu tenho que preservar o meu bem estar. Eu fiquei muito preocupado com a falta de segurança, porque inclusive a minha esposa estava aqui, e ela está grávida. O carro é um bem material que a gente pode consertar, mas eu fiquei muito chateado pelo que aconteceu - revelou.
Para Kayke, o protesto vindo da arquibancada é "natural", porque o torcedor está insatisfeito com o desempenho da equipe na competição. O Mais Querido está na 16ª colocação, com 16 pontos e os clubes que integram o Z-4 - Atlético-GO, Boa Esporte, Mogi Mirim e Ceará - estão se aproximando do clube potiguar. Contudo, o jogador ficou revoltado com o clima de tensão vivido pelos jogadores e, abalado, aguardou a chegada de um guincho para levar seu carro para casa e prestou queixa na delegacia de plantão da zona Sul, no bairro de Candelária.
- O protesto na arquibancada aconteceu porque o time não está rendendo bem em campo. Isso é natural. O que não é natural é que invadam o centro de treinamento e quebrem os carros dos jogadores e de um dos nossos diretores. Esses vândalos têm que pagar por isso. Isso não pode acontecer - esbravejou.


RELATOS DE TENSÃO

Kayke - atacante do ABC (Foto: Reprodução/Premiere)
Os momentos de tensão aconteceram logo após o jogo entre ABC e Ceará. Na saída para o vestiário, os jogadores foram xingados e quase foram acertados os garrafas d'água. O clima de tensão continuou fora do estádio. Na frente do Frasqueirão, policiais do Batalhão de Polícia de Choque e da Cavalaria precisaram intervir contra alguns torcedores mais exaltados. Outra parte correu em direção à sede do clube para conter um grupo de cerca de 50 torcedores, que invadiu o local e depredou alguns carros de jogadores e de um dos dirigentes do clube.
Kayke relata o que viu e o que soube pela esposa e por outros familiares de jogadores, que precisaram se esconder em um dos quartos do alojamento do clube para não sofrerem agressões físicas por parte do grupo.
- Teve muita correria das esposas, que foram para os quartos do alojamento para se esconder por conta da confusão. O quebra-quebra dos carros não foi só com o meu carro, mas teve o do Gilvan, que ficou com a parte traseira totalmente destruída. Teve o do nosso diretor de futebol, que teve o vidro quebrado,e teve mais outro que foi quebrado também - contou.
Na última quinta-feira, um grupo de cerca de 40 torcedores fez um protesto no CT alvinegro contra o então superintendente de futebol, Rodrigo Pastana, pedindo a sua saída. Após a derrota para o Sampaio Corrêa, em São Luís, o dirigente acabou pedindo demissão do clube. Os jogadores chegaram a parar o treino e foram conversar com os torcedores, argumentando de que aquele espaço é do trabalho do time. Duas viaturas da PM foram acionadas pela direção para manter a segurança no local. Três dias antes, na última segunda-feira, o próprio CT foi alvo de assaltantes, que levaram aparelhos de TV, celulares e dinheiro de três funcionários, que acabaram rendidos e amarrados em uma dos quartos do alojamento do clube.
Para Kayke, o grupo ficou assustado com o assalto à mão armada contra os funcionários do clube. O atacante, formado nas bases do Flamengo, ficou 12 anos no clube carioca e confessa nunca ter enfrentado uma situação semelhante a esta que viveu no ABC.
- Eu ainda estou assustado com o assalto que houve na semana passada, com alguns bandidos colocando as armas na cabeça dos nossos funcionários. Nós (jogadores) até comentamos durante a semana, após o assalto, sobre a falta de segurança. O caso de hoje (terça-feira) não foi uma coisa na rua. Foi dentro de clube, de novo. Joguei no Flamengo por 12 anos, passei por situações chatas como a cobrança da torcida aos jogadores, mas com quebra-quebra nunca havia me acontecido - lamentou.
Nesta quarta-feira, os jogadores alvinegros têm reapresentação marcada para as 15h30, no CT Alberi Ferreira de Matos, na zona Sul de Natal.
FONTE: globoesporte.com/rn

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