sexta-feira, 17 de julho de 2015

EM 98, AMÉRICA-RN DESBANCA O VITÓRIA DO PETKOVIT E CONQUISTA O NORDESTE

header américa-rn (Foto: Editoria de Arte)

Gabriel, Gilson, Paulo Roberto, Lima e Rogerinho; Montanha, Carioca, Moura e Biro-Biro; Paulinho Kobayashi e Leonardo. Lembra dessa escalação? Sob o comando do técnico Arthurzinho, estes guerreiros entraram para sempre na história do América-RN depois de vencer o Vitória na final da Copa do Nordeste de 1998, no Estádio Machadão. O clube, que no ano anterior havia conseguido a permanência na Série A do Campeonato Brasileiro, seguiria fazendo história, dessa vez com a conquista do título do Nordestão
- O nosso time era formado por muitos garotos, que se tornaram excelentes jogadores, como Rogerinho e Carioca. Para equilibrar, tínhamos os mais experientes, como Moura em campo e o técnico Arthurzinho à beira do gramado, nos passando as orientações - recorda o meia Paulinho Kobayashi.
América-RN campeão do Nordeste 1998 (Foto: Reprodução)
Na primeira fase, com dez pontos ganhos, a vice-liderança do Grupo C, atrás apenas do Botafogo-PB e a classificação para a segunda fase assegurada. Na segunda fase, um novo grupo foi formado. No primeiro jogo, goleada de 4 a 0 sobre o maior rival. Mais de um mês depois, um novo reencontro e nova vitória, dessa vez por 2 a 1 e, com 15 pontos, o Alvirrubro garantia vaga na final da competição contra o Vitória.
O Mecão chegava para a disputa da final com status de azarão. O Rubro-Negro baiano era o atual campeão do torneio e tinha jogadores de nível diferenciado como o goleiro Sérgio e o meia sérvio Petkovic. Em Salvador, o Leão procurou construir vantagem para o jogo da volta em Natal. E até conseguiu. Evando e Flávio marcaram os gols do Leão, que acabou vencendo por 2 a 1 a partida. Leonardo descontou para o Mecão.
A necessidade de virar o placar do jogo de ida motivou ainda mais a equipe e a torcida rubra. Com o Machadão lotado, o América-RN precisava vencer por dois gols de diferença. 
Paulinho Kobayashi - ídolo do América-RN (Foto: Carlos Arthur da Cruz/GloboEsporte.com)
- Perdemos o primeiro jogo para o Vitória por 2 a 1 e naquele Machadão lotado nós tínhamos que reverter o placar aqui, contra um time muito bom - recorda Moura, o maestro do meio-campo rubro e um dos maiores ídolos da história do clube, que hoje atua como gerente de futebol.

No dia 4 de junho de 1998, mais de 24 mil americanos estavam na arquibancada vivendo a expectativa de pintar o Nordeste de vermelho. O Mecão começou a ganhar o jogo antes mesmo de entrar em campo, com a queima de fogos dentro do estádio.
- Neste dia, nós conseguimos a proeza de colocarmos dentro do estádio 101 girândolas, de uma bandeirinha de escanteio à outra. Teve uma repercussão tão grande que os jogadores do Vitória ficaram atordoados, porque eles entraram no campo primeiro e o América entrou depois. Então, quando o América entrou em campo começou aquele foguetório e o juiz teve que esperar acabar para poder começar o jogo. Com 15 minutos o América já estava ganhando de 2 a 0 e eu achei que aquela festa bacana teve um efeito positivo na conquista do título - explica Augusto Varella, torcedor conhecido por organizar queimas de fogos nos eventos e jogos relacionados ao Mecão.
América-RN 100 anos: Carioca, ex-jogador (Foto: Jocaff Souza/GloboEsporte.com)
Depois da espera para que a fumaça se dissipasse, o jogo começou. Biro-Biro abriu o placar e fez explodir o Machadão com um chute preciso no canto do goleiro Sérgio. Paulinho Kobayashi aumentou ainda mais a festa quando marcou o segundo. Naquele momento, o América garantia o título.
- Foi um título muito marcante na minha carreira. Fiz um gol no jogo e terminei a competição como artilheiro. Até hoje eu me lembro e sempre coloco nas conversas com amigos e pessoas com quem trabalho. O ambiente daquele jogo era fantástico. O estádio estava lotado e tínhamos pela frente um adversário que tinha um dos melhores elencos do país - lembrou Paulinho Kobayashi, 
O jogo seguiu e, após indecisão na defesa rubra, Flávio diminuiu. Mas o Alvirrubro não se abateu. O placar marcava 2 a 1 quando Moura sofreu pênalti.
- Depois de um pique muito grande, eu cheguei cansado na bola. Na hora que cheguei, o Esquerdinha deu um carrinho e eu caí. Eu que ia bater o pênalti, mas o Carioca estava tão convicto, tão confiante, que eu joguei a bola - revela Moura.
América-RN 100 anos: Time campeão Copa do Nordeste 1998 (Foto: José Augusto "Carioca"/Arquivo Pessoal)
A festa foi histórica. Ao som de "Vermelho", do compositor amazonense Chico da Silva, que a torcida praticamente transformou em hino do clube, os jogadores eram abraçados. A euforia tomou conta do estádio e os alvirrubros invadiram o gramado e comemoraram muito o título do Nordestão de 1998, considerado até hoje o mais importante da história do clube e sempre vivo na memória dos americanos.
FONTE: globoesporte.com/rn

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