sexta-feira, 17 de julho de 2015

TÍTULO ESTADUAL NO ANO DO CENTENÁRIO ENTRA PARA A HISTÓRIA DO AMÉRICA/RN

header américa-rn (Foto: Editoria de Arte)

Ser campeão estadual no ano do centenário é algo que o torcedor jamais vai esquecer. A final contra o arquirrival ABC, que também completou 100 anos em 2015, teve muitos ingredientes especiais e ficou marcada pelo gol do zagueiro Flávio Boaventura e pela "voadora" eternizada na foto de Fabiano de Oliveira. Ex-presidente do Mecão, Eduardo Rocha cita a importância desta conquista, equiparando o título a grandes momentos da história do clube, como o acesso à Série A em 1996 e o título da Copa do Nordeste em 1998. Segundo ele, feito igual somente poderá ser conquistado daqui a 100 anos. 
América-RN posado final do Potiguar (Foto: Augusto Gomes/GloboEsporte.com)
Nós vencemos o campeonato em um ano muito importante para o América. Derrotamos nosso arquirrival quando eles já davam o título como conquistado. E nós fomos lá na casa deles e fomos campeões. Por todo o cenário que estava desenhado naquele momento, foi uma emoção muito grande. Dá até para colocar essa conquista no mesmo patamar do acesso à Série A em 96 e do título da Copa do Nordeste em 98, pela importância do título no ano do centenário. Agora para se equiparar ao América, somente daqui a mais 100 anos - disse.A campanha do título alvirrubro foi feita de altos e baixos. Com a equipe bastante modificada em relação a que foi rebaixada à Série C no ano anterior, o América-RN começou muito bem o estadual de 2015. Na contramão do rival, que vivia uma má fase, não convencendo em campo e com momentos turbulentos fora dele, os comandados de Roberto Fernandes venceram sete das nove partidas disputadas no primeiro turno, garantindo o título ao bater o Alecrim, outra equipe que completa 100 anos em 2015. O segundo turno veio, o desempenho do elenco americano caiu e o ABC foi quem levou a Copa Rio Grande do Norte de forma invicta. O técnico Roberto Fernandes revela que, apesar da queda de rendimento de sua equipe, a confiança no grupo não foi abalada.
- Quando perdemos o segundo turno, a minha confiança no nosso grupo era muito grande, porque a gente estava preparado para aqueles dois jogos da final - declarou.
No primeiro dos dois grandes jogos da "Final Centenária", empate em 1 a 1, com Max abrindo o placar e Reginaldo igualando para o ABC. No jogo da volta, em um Frasqueirão com mais de 12 mil pessoas presentes, a estrela de Flávio Boaventura brilhou. Em jogada ensaiada na cobrança de escanteio, Cascata cruzou e o zagueiro subiu sozinho para marcar o único gol da partida, aquele que daria o título ao Alvirrubro. Aos 48 minutos, o ABC tinha uma falta para cobrar na ponta direita quando uma das torres de refletores do Frasqueirão apagou. Durante os 15 minutos de paralisação necessários até que a energia voltasse e o árbitro pudesse apitar o reinício da partida, a tensão tomou conta do banco alvirrubro. 

Roberto Fernandes - técnico do América-RN (Foto: Jocaff Souza/GloboEsporte.com)

- Ainda no ano passado, comandando o Remo, eu perdi um turno contra o Paysandu e eu levei um gol em uma circunstância exatamente como a que ocorreu naquele momento. Teve uma confusão, o jogo foi paralisado, foram assinalados os acréscimos e uma falta lateral com bola alçada na área. Na hora, até o Rogério, nosso preparador físico, relembrou esse episódio e eu quase bati nele (risos). Eu disse: 'Você é louco, rapaz! Saia daqui! Saia daqui com esse pessimismo!'. Mas graças a Deus o Busatto saiu bem e espalmou a bola, praticamente selando o título do centenário - revela Roberto Fernandes. 
O fato de ser "campeão centenário" enche o treinador de orgulho ao dizer que a conquista só não é mais importante do que a Série A e a Copa do Brasil.
- Eu acredito que mais importante que esse só em termos de Campeonato Brasileiro da Série A, Copa do Brasil, mas até mesmo um título de Série C, na minha opinião, não vai ter a importância do que foi ser campeão no centenário. Isso entrou a história do futebol do Rio Grande do Norte e na minha também! Eu me sinto muito orgulhoso de ter sido o comandante da caminhada que levou o América ao título do centenário. Isso é uma coisa que a gente fala, lembra, e arrepia, porque foi muito importante - declarou. 

O HERÓI IMPROVÁVEL 
Em 2012, Flávio Boaventura estava do lado alvinegro do Clássico Rei e viu o América-RN conquistar o título estadual dentro do Frasqueirão. No início de 2015, ao anunciar o nome de Boaventura como um dos reforços para o ano do centenário, a diretoria alvirrubra ouviu críticas, assim como o jogador, que revelou inclusive ter sido ameaçado, motivo pelo qual preferiu vir primeiramente sozinho para Natal, sem a companhia da família. 
- Na verdade, quando recebi o convite do América-RN, eu estava em Portugal (jogando no Paços de Ferreira). Quando saiu a lista de reforços, alguns torcedores começaram a me ameaçar, me xingar nas redes sociais. Eu conversei com minha esposa e disse: 'Eu vou primeiro e, se der certo e não acontecer nada de ruim, você vai' - disse à época.
Flávio Boaventura - zagueiro do América-RN faz o gol do título (Foto: Fabiano de Oliveira)
E deu certo. Com segurança e boas atuações, Boaventura se tornou o homem de confiança e peça chave no esquema de Roberto Fernandes. Logo a desconfiança da torcida alvirrubra se tornou admiração pelo futebol apresentado pelo zagueiro. 
- Eu fui iluminado em fazer o gol do título do centenário. Mas o mérito é de toda equipe, de todo mundo, porque foi um trabalho em conjunto - declarou o zagueiro, dois dias depois da final.
O COMANDANTE DO BATALHÃO ALVIRRUBRO

Roberto Fernandes - técnico América-RN (Foto: Klênyo Galvão/GloboEsporte.com)Essa é a segunda passagem de Roberto Fernandes no comando do Alvirrubro. Em 2012, o treinador pernambucano chegou ao clube quando o mesmo estava há dois anos sem vencer do arquirrival e há nove anos sem conquistar o título estadual. Ele conseguiu quebrar o tabu e ser campeão naquele ano, no qual, segundo ele, começou a ser construída sua história no clube. Com as vitórias e os títulos, criou uma identificação forte com a torcida que dura até hoje, e, de acordo com ele, não se abala. 
- Eu tenho uma identificação muito grande com a torcida e a instituição do América. A imprensa, às vezes, pega no pé, bate firme nas críticas, mas a minha relação com o torcedor não se abala. Essa credibilidade que eu conquistei com o torcedor do América é muito legal, e eu procuro retribuir não decepcionando. Ninguém vence sempre, todo perdedor um dia ganha e todo vencedor um dia perde. Então, quem é perdedor e quem é vencedor? Aquele que no balanço final vence mais. Eu tenho quase 70% de aproveitamento no Rio Grande do Norte. Isso aí não tem o que discutir, está lá, são números, eu venci muito mais. Essa caminhada, essa trajetória vitoriosa começou com o América, por isso essa identificação com o torcedor - comentou. 
Mas Roberto Fernandes quer mais. Mesmo citando a dinâmica do futebol atual, no qual a permanência em um mesmo clube é muito difícil, o treinador do Alvirrubro revelou que mira o recorde de Ferdinando Teixeira, que conquistou ao todo 11 títulos estaduais à frente dos três times da capital. Atualmente, o pernambucano tem dois títulos do Campeonato Potiguar, ambos comandando o América.
- Tem um nome que eu personifico muito, porque não é fácil, que é o de Ferdinando Teixeira, que tem 11 títulos de campeão estadual no Rio Grande do Norte, seja pelo América, pelo ABC ou pelo Alecrim. Enquanto eu estiver no futebol do Rio Grande do Norte, eu vou atrás dessa marca, viu Ferdinando? Eu vou atrás! - afirmou.

FONTE: globoesporte.com/rn

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